Eu e SÓ EU...

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Alone

Chegar ou partir...

Como EU sou...

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Bom Dia, Boa Noite... "essas coisas"!

Posting

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PORTUGAL é "só isto"...?!... NÃO... essencialmente, é UM POVO...!!!

Provérbios

“Só um sentido de invenção e uma necessidade intensa de criar levam o homem a revoltar-se, a descobrir e a descobrir-se com lucidez”. (Pablo Picasso)

PORTRAIT




Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos, agora, você vai dar para frente.

Gedeão


Eu, quando choro, não choro eu. Chora aquilo que nos homens em todo o tempo sofreu. As lágrimas são as minhas mas o choro não é meu.A.Gedeão

A(o)s que me deixam MENOS alone...!!!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O tesouro da Clara







A importância do conto de fadas
O mundo mágico dos contos face à rotina do quotidiano.







A Clara vive no Brasil.

Não tem quase nada. Tem uma pele de âmbar e cabelos pretos.
Veste uma t-shirt grande e, nos pés, traz sandálias de borracha, faça chuva ou sol.

A Clara tem doze anos. Trabalha num orfanato. Tem de limpar a cozinha e, de vez em quando, pode fazer de mãe dos mais pequeninos.
E gosta muito disso.

À quinta-feira, é o dia de descanso da Clara.
É então que sai…

A cinquenta metros, perto de um banco que está fechado, estão todos juntos à espera dela. Olham uns para os outros, sorriem, regalam-se de antemão. São os seus amigos: a Lúcia, o Ângelo e a Ana.
Não têm casa e dormem onde calha, nas ruas do Rio.



A Lúcia tem oito anos. Os seus cabelos são como ninhos de andorinha.
As mãos e os pés mexem-se constantemente e ela está sempre a rir.

O Ângelo é pequeno mas muito forte para os seus onze anos. Um dia, conseguiu mesmo levantar uma bicicleta. Está sempre descalço. Caminha sem problemas sobre as pedras. Canta as canções escritas por aqueles que viajaram e viram muitos países. Canta muito bem, o
Ângelo.

A Ana é a mais bem comportada. Não fala muito.
Tem doze anos, tal como a Clara, que conheceu há muitos anos, naquele sítio, diante do banco.

Por vezes, a Lúcia, o Ângelo e a Ana vão trabalhar na produção do algodão. Outras vezes, varrem as ruas. Ou então, os pescadores chamam-nos à praia para puxar as redes.
Depois, encontram-se, sonham em conjunto, com o nariz no ar, a olhar para as nuvens e a contar os dias até quinta-feira.

O Ângelo, a Lúcia e a Ana têm muitos amigos na rua.
Alguns respiram uma cola contida em garrafas de plástico, o que os faz sorrir sem razão nenhuma.

Quando a Clara encontra os amigos, vão todos a correr para a praia. Atiram areia à cara uns dos outros. Cantam Pescadores dos três mares e comem o pão que os turistas lhes dão.
A Lúcia, o Ângelo e a Ana não querem daquela cola que faz esquecer os problemas.

Eles têm a Clara. A Clara é a mercadora de sonhos. Não é que os venda realmente;
em vez disso, dá-os de prenda.

A Clara sonha muito alto com lugares maravilhosos. Praias compridas e douradas com barcos, papagaios de papel e papagaios de verdade. Montanhas encantadas cobertas de gelo e criaturas estranhas, onde sopra um vento mágico, do norte, que te adormece e te acorda cem anos mais tarde. Cidades futuras cheias de luz. De carros que voam e de parques de estacionamento floridos.
E de um fogo de artifício feito de pequenos comboios brilhantes, de pizzarias e de arranha-céus espelhados.

E a Clara fala-lhes de um Rio sem adultos, onde só há crianças, gentis e alegres, que têm os dentes todos. Saltam sobre os carros e invadem as lojas de bombons. Ela oferece-lhes vales inteiros de árvores carregadas de frutos, com quatro sóis amarelos no meio do céu e com camponeses ricos, vestidos como comerciantes. E a Clara transforma os monumentos antigos da cidade em palácios das Mil e Uma Noites,
e os gatos que passam em tigres da Malásia.

A Clara conta os seus sonhos durante horas.
Ela estudou quatro anos na escola e lê todos os livros que encontra.

Agora, é tarde. A Clara levanta-se, sacode a areia das mãos e volta para o orfanato. Os amigos escutaram-na, de boca aberta. Riram e choraram. E os olhos deles arregalar-se-ão de novo na próxima quinta-feira.
Para eles, não há cola.

Eles têm
a Clara.

E muitos sonhos bons para viver ainda…

Fonte: tapetedesonhos.wordpress.com/



Posted by alone Dated09sep2011








quinta-feira, 8 de setembro de 2011

*** Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim ***





1 comentário "tirado" do Vídeo:
A versão original é de Ivete Sangalo sim, mas estas versões em Kizomba, ao meu ver, sairam mais envolventes devido ao ritmo, além disso as vozes dos cantores(as) estão melhores. Parabéns Kizomba, ritmo originário da Angola, energia PURA.
favarojr



Posted by alone Dated08sep2011


Como é que se Esquece Alguém que se Ama?


Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente.




Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução.
Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar.
Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'



Posted by alone Dated08sep2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

JORGE PALMA: "Tudo Por Um Beijo" - BS Bela e o Paparazzo





Música do filme, de Jorge Palma
apoio RTP
(Soraia Chaves e Marco D'Almeida)
-Vídeo Info-


Nota de alone: TUDO ou... NADA...?!... Acredito no Jorge... rsrs


Posted by alone Dated07sep2011


O Beijo Mata o Desejo



MOTE

«Não te beijo e tenho ensejo
Para um beijo te roubar;
O beijo mata o desejo
E eu quero-te desejar.»

GLOSAS
Porque te amo de verdade,
'stou louco por dar-te um beijo,
Mas contra a tua vontade
Não te beijo e tenho ensejo.

Sabendo que deves ter
Milhões deles p'ra me dar,
Teria que enlouquecer
Para um beijo te roubar.

E como em teus lábios puros,
Guardas tudo quanto almejo,
Doutros desejos futuros
O beijo mata o desejo.

Roubando um, mil te daria;
O que não posso é jurar
Que não te aborreceria,
E eu quero-te desejar!

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."




Posted by alone Dated07sep2011


Uma "nota" TRISTE...

Estrela - Destaques"A distância pode causar saudades, mas nunca o esquecimento! "

Nota de alone: peço IMENSA DESCULPA às minhas "Seguidoras" de NÃO ESTAR -como é minha norma- a responder aos VOSSOS COMENTÁRIOS mas, este meu computador de 1643, ainda trabalhando a carvão, desliga a TODO O MOMENTO e pouco ou nada me deixa fazer. Uma das coisas que mais gosto em blog é estabelecer esses laços de amizade através dos comentários. Peço-vos, apenas, COMPREENSÃO e a vossa habitual "ternurinha" para comigo.


Obrigado...!


RUI



Written and Posted by alone Dated07sep2011



terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cantiga de Maio





Para quem não sabe, este video foi a primeira gravação em alta definição feita em Portugal no inicio dos anos 90. Na altura a RTP gravou este concerto com equipamento da Philips. (info Vídeo)


Nota de alone: uma canção de "luta" de Zeca Afonso, aquí na interpretação SUBLIME de Carlos Paredes, Manuel Paulo e Fernando Alvim. Cantores: Nuno Guerreiro e Natália CasaNova.



Posted by alone Dated06sep2011


Demanda



Em qualquer altura, há sempre uma série de coisas na nossa vida que não pode ser adiada. Continuamente correndo em alguma direcção, nunca nos é possível parar.

— Gostaria muito, mas agora não dá. Fica para uma próxima oportunidade...

Não tive qualquer pejo em desfazer (não adiar, desfazer) todas as imperiosas frivolidades do dia seguinte, deixar o telemóvel em casa e partir.

O secretismo da aventura conferia-lhe um sabor acrescido, como um desejo que não contamos a ninguém, receosos de que perca alguma força.

Ninguém entendia o meu sorriso e isso dava-me um certo e inexplicável gozo.

— Os extremos tocam-se — costumamos ouvir dizer. Havia na minha obsessão uma espécie de libertação. Eu esvaziara por completo a mente. Nada que não tivesse que ver com Sofia Salgado conseguiria vir à tona.

Conduzia pela manhã limpa e ensolarada, sentindo o vento fresco na face. A música alta espalhava pelo meu corpo a plenitude de um poder desconhecido. Desfrutava largamente a liberdade que se me oferecia e deleitava-me com a antecipação dos dias vindouros. A minha amiga imaginação operava uma miríade de delícias que me esperariam em Areias de Prata.

Aquilo que eu desejava com a intensidade com que nunca desejara nada... Nem podia simplesmente imaginar.

Parei num motel para dormir. Deitado na cama, um peso caiu como chumbo sobre a minha cabeça, enquanto sombras se moviam pelo quarto e os meus braços e pernas se agitavam sob lençóis suados.

Eh-pá-porra-meu!-eu-vou-apenas-passar-férias-pá-há-tanto-tempo-que-não-tenho-férias-pá! — ribombava uma voz interior, protectora.

Uma camada intermédia do meu cérebro procurava convencer-me de que ia simplesmente ter as férias que há muito desejava. Areias de Prata era um lugar pejado de belas paisagens naturais, o ideal para o repouso da alma. E quem sabe não aproveitaria ainda para fazer uma fotorreportagem vendável. Mas a última camada do meu cérebro — que a camada intermédia tentava a todo o custo subjugar com o meu deliberado apoio — sabia que a minha viagem tinha uma única e exclusiva razão.

Afinal, Sofia Salgado estava ainda bem viva dentro de mim. Julgara-a adormecida, imersa num coma profundo, mas agora tornava-se evidente que ela latejava na polpa da minha alma, bastando uma fresta para a fera enjaulada saltar...

Ao abandonar o motel, e mediante a aproximação de Areias de Prata, o nervosismo e a inquietação iam dando machadadas na antecipação do deleite. Havia qualquer coisa que me enevoava o espírito, como uma bruma caindo sobre o bosque. E não era o receio de não a encontrar.

Guardaria Sofia Salgado a centelha intangível que incendiava a minha alma? Teria o núcleo da sua identidade sobrevivido ao tempo, à pressão e a vulgaridade do mundo exterior?

Estes ecos de angústia repercutiam-se no fundo do meu ser, qual som de uma trovoada no mar tumultuoso ressoando pelo barco à noite.

Numa tarde de sol e céu azul, submergi lentamente num mar de mel ao ler numa placa: A-r-e-i-a-s d-e P-r-a-t-a. Todas as letras pareciam vestidas de uma cintilação e cor especiais. Encostei o carro antes de transpor a placa.

Tchic! Tchic! Tchic! — era um daqueles momentos em que o som de registo da minha máquina fotográfica me arranhava docemente a alma.


(Mantida a grafia do português de Portugal).

Manuel Matos Monteiro

Fonte: releituras.com



Posted by alone Dated06sep2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Homenagem do Google ao Freddie Mercury





Freddie Mercury (nome artístico de Farrokh Bulsara; Stone Town, 5 de setembro de 1946 — Londres, 24 de novembro de 1991), foi o vocalista da banda de rock britânica Queen. Era considerado pelos críticos e por diversas votações populares um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo.
(vidé Vídeo)


Posted by alone Dated05sep2011



Os Verdadeiros Burros e os Falsos Loucos



O mais esperto dos homens é aquele que, pelo menos no meu parecer, espontâneamente, uma vez por mês, no mínimo, se chama a si mesmo asno..., coisa que hoje em dia constitui uma raridade inaudita. Outrora dizia-se do burro, pelo menos uma vez por ano, que ele o era, de facto; mas hoje... nada disso. E a tal ponto tudo hoje está mudado que, valha-me Deus!, não há maneira certa de distinguirmos o homem de talento do imbecil. Coisa que, naturalmente, obedece a um propósito.
Acabo de me lembrar, a propósito, de uma anedota espanhola. Coisa de dois séculos e meio passados dizia-se em Espanha, quando os Franceses construíram o primeiro manicómio: «Fecharam num lugar à parte todos os seus doidos para nos fazerem acreditar que têm juízo». Os Espanhóis têm razão: quando fechamos os outros num manicómio, pretendemos demonstrar que estamos em nosso perfeito juízo. «X endoideceu...; portanto nós temos o nosso juízo no seu lugar». Não;
há tempos já que a conclusão não é lícita.

Fiodor Dostoievski, in "Diário de um Escritor"






Posted by alone Dated05sep2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Charles Aznavour "La Boehme"





Posted by alone Dated04sep2011


Acaso social



E enquanto a faca começou a pressionar a flácida pele da barriga, Alfredo começou a sentir a obesidade do momento. A tão temida hora de se despedir. A camisa acetinada não tivera força suficiente para barrar o fio da faca. Sem pedir licença, a arma branca começou a rasgar a pele, abrindo caminho para o resto do fio. Com voracidade súbita, a gordura engolia a lâmina que avançava afiadamente sob os tecidos. A ordem de dor já fora enviada pelo seu cérebro e o grito começava a ressonar vindo da laringe. Agora, talvez até os sanduíches do seu café da manhã já tivessem sido atingidos. A integridade da teia celular que cobria seu corpo tinha sido deliberadamente violada. A cor do sangue mudara. O rubro escurecia ameaçadoramente. O fígado! Lacre rompido. Corpo invadido. Órgão falido. A gordura da barriga de Alfredo, fruto dos opulentos e rudes hábitos alimentares, das rodadas etílicas com os amigos, vazava, escorria disformemente. Antes represada pela pele, agora liberta por um corte diagonal. Mal-cheiro! A faca deslizava pela barricada fofa e lipídica que não oferecia resistência para evitar o inevitável. O fio da faca untado em sangue. Alfredo pingava em vermelho. Como quando alguém corta a pele gelatinosa e flácida, simuladamente elástica, de um frango sangrento antes de prepará-lo para o jantar. Alfredo, um cidadão comum, socialmente privilegiado, vítima do acaso social, desfalecia antes de falecer. Abandonava sua história para virar memória. Deixava a mãe órfã de filho e juntava-se às estatísticas urbanas. Alfredo, um homem gordo e distraído, morrera porque cruzara seu caminho um homem magro e decidido. Decidido a não passar mais fome.

Israel Mendes

Fonte: releituras.com



Posted by alone Dated04set2011