Eu e SÓ EU...

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Alone

Chegar ou partir...

Como EU sou...

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Bom Dia, Boa Noite... "essas coisas"!

Posting

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PORTUGAL é "só isto"...?!... NÃO... essencialmente, é UM POVO...!!!

Provérbios

“Só um sentido de invenção e uma necessidade intensa de criar levam o homem a revoltar-se, a descobrir e a descobrir-se com lucidez”. (Pablo Picasso)

PORTRAIT




Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos, agora, você vai dar para frente.

Gedeão


Eu, quando choro, não choro eu. Chora aquilo que nos homens em todo o tempo sofreu. As lágrimas são as minhas mas o choro não é meu.A.Gedeão

A(o)s que me deixam MENOS alone...!!!

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

SONETO DE TODOS OS CORNOS - BOCAGE (?)



Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Cornissimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos teem reinado.

Sicheu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu c'roa;
Amphitryão com toda a sua proa
Na Fabula não passa por honrado;

Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga lettra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;

Tudo no mundo está sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso,
Pois isto de ser corno é tudo peta.

[José Anselmo Correa Henriques]

A fama do portuguez Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) não se divide apenas em "boa" e "má", isto é, entre a modelar poesia arcadica ou romantica e a malexemplar poesia fescennina: esta mesma é motivo de controversia, a partir do poncto em que foi renegada pelo proprio auctor. Não vou aqui esmiuçar factos e versões de fontes e perversões. Limito-me a resgatar, para divulgação na rede virtual, a parcella expurgada da producção bocageana, tal como fiz com as "obras livres" de Laurindo Rabello, successor de Bocage no Brasil. Ao seleccionar e annotar os sonetos eroticos do lusitano, não pude, sem embargo, manter-me indifferente a uma hypothese apocrypha que vem incommodando alguns biographos e historiadores. Que Bocage era genial não cabe duvida, como não se desmente a vida devassa que dá respaldo a seus versos. O que intriga o pesquisador é a tendencia a attribuir ao maldicto obras que elle mesmo admittia serem de outrem, mas que editores e leitores "preferiam" que fossem delle, seja por admiração ou diffamação. Hoje não dá para propor revisionismos no que ja se tornou lendario. Resta simplesmente registrar algumas auctorias, que, si fossem cabalmente restabelecidas, dariam a entender que pelo menos o sonetario pornographico pertenceria a nomes menos conhecidos, sinão obscuros.

BOCAGE, O DESBOCCADO;
BOCAGE, O DESBANCADO

selecção, introducção e notas de

GLAUCO MATTOSO

In http://www.elsonfroes.com.br/bocage.htm






Posted by alone Dated16may2011


domingo, 15 de maio de 2011

Quando Falo com Sinceridade não sei com que Sinceridade Falo



Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou váriamente outro do que um eu que não sei se existe
(se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpétuamente me ponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num
eu postiço.

Fernando Pessoa, in 'Para a Explicação da Heteronímia'

Origem: citador.pt



Posted by alone Dated15may2011