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“Só um sentido de invenção e uma necessidade intensa de criar levam o homem a revoltar-se, a descobrir e a descobrir-se com lucidez”. (Pablo Picasso)

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Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos, agora, você vai dar para frente.

Gedeão


Eu, quando choro, não choro eu. Chora aquilo que nos homens em todo o tempo sofreu. As lágrimas são as minhas mas o choro não é meu.A.Gedeão

A(o)s que me deixam MENOS alone...!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

JOSÉ AFONSO








Registo gráfico de José Afonso por Nuno Mendanha.


José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987), mais conhecido por Zeca Afonso ou José Afonso[1], foi um cantor e compositor português. Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo, inspiraram-lhe para a sua balada "Menino do Bairro Negro". Em 1953, Zeca Afonso grava o seu primeiro disco Fados de Coimbra, e mais tarde, em 1963, são editados os primeiros temas de carácter vincadamente político, "Os Vampiros" e "Menino do Bairro Negro", que integravam o disco Baladas de Coimbra, e que, pouco tempo depois, seriam proibidos pela Censura.[2] "Os Vampiros", juntamente com "Trova do Vento que Passa" (um poema de Manuel Alegre, musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira) viria a tornar-se um dos símbolos de resistência antifascista da época. Foi neste período (1958-1959) professor de Francês e de História na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça.

Em 1964, parte novamente para Moçambique, onde foi professor de Liceu, desenvolvendo uma intensa actividade anticolonialista o que lhe começa a causar problemas com a polícia política pela qual será, mais tarde, detido várias vezes.

Quando regressa a Portugal, é colocado como professor em Setúbal, mas, devido ao seu activismo contra o regime, é expulso do ensino e, para sobreviver, dá explicações e grava o seu primeiro álbum, Baladas e Canções.

Entre 1967 e 1970, Zeca Afonso torna-se um símbolo da resistência democrática. Mantém contactos com a LUAR (Liga Unitária de Acção Revolucionária) e o PCP o que lhe custará várias detenções pela PIDE. Continua a cantar e participa, em 1969, no 1º Encontro da "Chanson Portugaise de Combat", em Paris e grava também o LP Cantares do Andarilho, recebendo o prémio da Casa da Imprensa pelo melhor disco do ano, e o prémio da melhor interpretação. Zeca Afonso passa a ser tratado nos jornais pelo anagrama Esoj Osnofa em virtude
de ser alvo de censura.

Em 1971, edita Cantigas do Maio, no qual surge "Grândola, Vila Morena", que será mais tarde imortalizada como um dos símbolos da Revolução dos Cravos. Zeca participa em vários festivais, sendo também publicado um livro sobre ele e lança o LP "Eu vou ser como a toupeira".
Em 1973 canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava o álbum Venham mais Cinco.

Após da revolução de Abril continua a cantar, grava o LP Coro dos Tribunais e participa em numerosos "cantos livres" e nas campanhas de alfabetização promovidas pelo MFA.
A sua intervenção política não pára, tornou-se um admirador do período do PREC e em 1976 apoia Otelo Saraiva de Carvalho na sua candidatura à presidência da república.

Os seus últimos espectáculos decorreram no Coliseu de Lisboa e do Porto, em 1983, quando Zeca Afonso já se encontrava doente. No final desse mesmo ano, é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade,
mas o cantor recusa.[3]

Em 1985 é editado o seu último álbum de originais, Galinhas do Mato, em que, devido ao avançado estado da doença, Zeca Afonso não consegue cantar na totalidade. Devido a isso, o álbum foi completado por: José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas.
Em 1986, já em fase terminal da sua doença, apoia a candidatura de Maria de Lourdes Pintasilgo à presidência da república.

Zeca Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987 no Hospital de Setúbal,
às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica.

Em 1994 é feita um CD duplo em homenagem a Zeca Afonso a que se chamou Filhos da Madrugada Cantam José Afonso.[4]
No fim de Junho seguinte, muitas das bandas portuguesas que integraram o projecto, participaram num concerto que teve lugar no então Estádio José de Alvalade, antecessor do actual Estádio Alvalade XXI.

Em 24 de Abril de 1994 a CeDeCe-Companhia de Dança Contemporanea, estreia no Teatro S. Luiz em Lisboa o Bailado Dançar Zeca Afonso com música de Zeca Afonso e coreografia de António Rodrigues, uma encomenda
Lisboa94-Capital Europeia da Cultura.

Muitas das suas músicas continuam a ser gravadas por numerosos artistas portugueses e estrangeiros (como exemplo pode-se citar a "Balada do Outono", de sua autoria, recentemente interpretada pelos Couple Coffee, uma banda de brasileiros residentes em Portugal). Calcula-se que existam actualmente mais de 300 versões de canções suas gravadas por mais de uma centena de intérpretes[5], o que faz de
Zeca Afonso um dos compositores portugueses mais divulgados a nível mundial.

Seu trabalho é reconhecido e apreciado pelo país inteiro,
e Zeca Afonso indiscutivelmente representa é uma parte muito importante da cultura poética portuguesa.

(vidé Vídeo)


Posted by alone Dated19may2011


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